21 de mar. de 2010

Minhas primeiras Poesias de 2010. Uma reflexão

MEU LAMENTO
(21/03/10)
lamento minhas horas sem poesia
uma vida vadia, sem sentimentos autênticos
sem repentes de emoção
que fazem a vida e que a ela nos dão

lamento meus lamentos fúteis, vazios
feitos nas sombras dos dias do encalorado sol
ou sob um manto nas noites frias
ou, ainda, guardados da chuva num guarda-sol

lamento os lamentos de mim mesma
que não consegue ver o horizonte
no final dos verdes campos onde descanso minh´alma
no aconchego da água que escorre mansa e calma

lamento não fazer mais os versos que me punham em pé
que me davam febre, medos, coragem ou até mesmo fé
mas ainda tenho como lamentar e isso é um novo começo
quem sabe me deixei levar num pequeno tropeço!



ESQUECI DAS PALAVRAS...

não sei se fugi das palavras
ou as espantei
sei que agora nada sei
esqueci de escrever
esqueci de sentir
esqueci de viver

estou me esforçando para
voltar a palpitar


O ESPELHO

engraçado isso de ter um espelho
que apenas reflete a mim
uma tela que teleporta apenas meus eus
um computador que apenas me vê
uma internet que apenas me capta
uma Sky
que me distrai

enquanto o mundo lá fora está pleno de ação
gente que morre e mata
maremoto, furacão
terremoto, fome, dor, ambição...

enquanto as notícias escorrem vermelhas
e pessoas correm afugentadas pelo medo
em busca de comida, de água
de roupas, de cama,
de um chão seguro
vejo apenas eu e meu ego...

2012????

2012 está chegando, eu nem aí
sorrio para ele
pleno de promessas
parecem mais de melhoras
o pior já se foi, está indo, ainda...
mas o fim? aquele que eu sabia?
não vejo, não vi

meu espelho me cegou,
amalgamou o que eu pensei que era verdade...

2 comentários:

  1. a vida é uma sobreposição de egocentrismos, egoísmos, egos. Não há espelho que suporte a feiúra dele próprio, mesmo um computador perdido no campo, mesmo ele. Mas o esvaziamento do ser, de suas pulsões, de seus agrados é nada mais que a recorrente racional de saber que o "ser", em grande maioria de atos, é apenas uma insistência de nossa vulgaridade emocional. Digo: fingimos "ser" algo, ser um indivíduo dominante, ser sujeito de nossos atos (mas em grandes doses de verdade somos nada mais que um efeito da história, dos medos, das naturezas se contrapondo). O eu morreu em algum lugar do passado e ficou enterrado em alguma fábrica malcheirosa de Hamburgo (hehehe, tinha que ser hamburgo!)...
    A isnpiração é tanto fruto de trabalho quanto uma iluminação típica dessa alma desbotada (quase defunta); talvez por isso a recorrência da falta, da morte, da languidez da literatura e da arte... Toda essa pujança se mantém ativa, talvez, somente por esse movimento que chamamos de vontade estética: querer o belo que vem do trabalho e o belo que se deixa brotar (não menos frutos do acaso - nenhum deles). Queremos Árvores maravilhosas em nossa poesia; queremos prédios imensos em nossa alma... Porque não um hibrido? Um prédio, verde, que nasce do chão e uma árvore de pontas metálicas feitas por mãos cuidadosas de um pedreiro pobre dessas cidades sujas do nosso interior?
    Não sei o que foi isso que eu disse aí em cima. Deixei fluir. Desculpe pela Dissertação aí! kkk. Mas foi o que suas poesias me fizeram pensar.
    Super beijo!
    willy Barp

    ResponderExcluir
  2. É isso aí, Willy, acho que você captou o momento.
    Bjussssssssss

    ResponderExcluir

Obrigada por seu comentário.

Meu Livro: Quem tem Medo de Gatos? E outras estórias (Ed. Vozes)

Meu Livro: Quem tem Medo de Gatos? E outras estórias (Ed. Vozes)

Sonhos são como nuvens valsando flocos de algodão

Minha foto
Palmas, Paraná, Brazil
Quando o coração começa a viajar cedo na vida, vai se espalhando e esparramando um pedaço da gente em cada canto por onde passamos. Acho que comigo foi algo assim. Minha família sempre ficou com a maior parte, talvez, também, a melhor, mas alguns pedacinhos indiscretos foram se perdendo pelos caminhos. Quando comecei a querer recrutá-los de volta, mandei muita correspondência, escolhi a forma poemas, a forma frases, pensamentos, mas nenhuma resposta imediata. Depois, enviei contos, romance... e usei a internet com suas múltiplas doses de endereços. Comecei a perceber que o que deixei para trás não há como recuperar, mas há sim um jeito de reconstruir esse coração, com novos arranjos, novos pedaços, colhidos aqui e acolá, alguns até parecidos com o meu, e penso que posso torná-lo inteiro novamente. Continuo usando as mesmas formas, porém, com novas fórmulas e novos endereços. Estou gostando das respostas que recebo. Meu coração ainda viaja, mas agora tenho roteiro e carteira de motorista! Prof´Eta (Professora e Poeta).

PÉROLA DO UNIVERSO

Uma curva desvia o que era destino,
Uma força, um vento, um siroco menino
Um grão perdido no sideral espaço
Cria a pérola solitária do universo.

Um róseo coração saltita pelos ares
Navega em barco a vela pelos mares
Voa inquieto, solitário burbulhando amor
Enfeitando jardins verdes de colorida flor.

Há um sonho que insiste se mostrar amarelo,
O quero azul, verde ou vermelho, mas sincero
Exibindo a nave do cósmico voante que o leva
E me busca e em dreams suaves nos enleva.

Mais um risco de um vento no universo... e um grão se fará pérola...

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