18 de fev. de 2009

TÍTERES

Eu sinto que o destino nos afasta mais e mais
Não há um caminho de encontro na estrada que trilhamos
Há pedras, muros, mares e rios sem pontes
Ouvidos moucos, uma boca que cala e uma alma que fala.

Não há encontro marcado, esbarrar-se numa rua qualquer não é nada
Olhares que se beijam é sonho de madrugada, vida iludida, cansada
Mãos que se encontram, são apenas diferentes toques sutis
Para divertir quem maneja os títeres deste palco iluminado.

Podres poderes nos deram, com veneno nos alimentaram
Criamos armas, inventamos mortes diferentes
Como vingança doce sugamos o sangue de inocentes
Rindo porque ainda acreditam que podem...

Cortamos as amarras do manejador, enfrentamos nosso medo
Convivemos com a dor, criamos destinos ignotos,
Não cremos mais no amor. Do mundo resta um esgoto
Por onde escorremos como fezes jogadas por todos os seres.

Até quando o universo resiste? Ou o Cósmico insiste?
Não há reserva de amor na cacimba da seca
Homens rasparam o fundo da lama,
A morte, resta a morte do céu e um adeus ao sonho...

Porque o homem não quer olhar para seu Eu Divino. Não se escuta mais!
(Nazaro, Lucy Salete Bortolini. TÍTERES
(Poesia). Escrevivendo. 2009. Disponível em URL: http://lucynazaro.blogspot.com/
Postado em 19 de fevereiro de 2009 às 01:00. Licença: Creative Commons.

Creative Commons License
TÍTERES by Lucy Salete Bortolini Nazaro is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.

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Sonhos são como nuvens valsando flocos de algodão

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Palmas, Paraná, Brazil
Quando o coração começa a viajar cedo na vida, vai se espalhando e esparramando um pedaço da gente em cada canto por onde passamos. Acho que comigo foi algo assim. Minha família sempre ficou com a maior parte, talvez, também, a melhor, mas alguns pedacinhos indiscretos foram se perdendo pelos caminhos. Quando comecei a querer recrutá-los de volta, mandei muita correspondência, escolhi a forma poemas, a forma frases, pensamentos, mas nenhuma resposta imediata. Depois, enviei contos, romance... e usei a internet com suas múltiplas doses de endereços. Comecei a perceber que o que deixei para trás não há como recuperar, mas há sim um jeito de reconstruir esse coração, com novos arranjos, novos pedaços, colhidos aqui e acolá, alguns até parecidos com o meu, e penso que posso torná-lo inteiro novamente. Continuo usando as mesmas formas, porém, com novas fórmulas e novos endereços. Estou gostando das respostas que recebo. Meu coração ainda viaja, mas agora tenho roteiro e carteira de motorista! Prof´Eta (Professora e Poeta).

PÉROLA DO UNIVERSO

Uma curva desvia o que era destino,
Uma força, um vento, um siroco menino
Um grão perdido no sideral espaço
Cria a pérola solitária do universo.

Um róseo coração saltita pelos ares
Navega em barco a vela pelos mares
Voa inquieto, solitário burbulhando amor
Enfeitando jardins verdes de colorida flor.

Há um sonho que insiste se mostrar amarelo,
O quero azul, verde ou vermelho, mas sincero
Exibindo a nave do cósmico voante que o leva
E me busca e em dreams suaves nos enleva.

Mais um risco de um vento no universo... e um grão se fará pérola...

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