Lá fora o vento geme suas últimas horas sobre a terra
Caem as amarras das crenças
Como se soasse uma última sentença
Quando a ventania entorta a galhada, desvairada
E sei que o frio bate em minha porta, pela última vez.
É quase o mesmo que em minha vida se aporta
A me lembrar de tua sombra inalcançada
Batendo, entortando e rugindo numa alma destroçada
Onde morreram lentamente os últimos sonhos
Necrosando um coração tristonho, amargurado, didivido,
Como o inverno que se esvai, carcomido
Pelo calor de um novo sol que se impõe.
Que sabes do frio que se sente à rua?
Quando um ser se entrega por inteiro à vida
Desfilando de alma nua
Enquanto, ao seu redor, sibila o vento em rajadas de amargura?
Ninguém pode saber, a não ser um coração que assim viveu
Se entregando por inteiro, em noites de solidão
Insistindo no pensamento louco
Que o inverno passa, que o verão é pouco
E novas neves chegarão.
Ninguém pode saber, se nunca tocou o vento com os dedos gelados
Se nunca viveu sentimentos, que foram congelados
Se dentro de um coração, não conheceu o abstrato concreto da dor
Mas eu? Eu....que pairo em todas essas superfícies
Não sou nem vento, nem brisa, nem maresia
Sou um turbilhão que quer ser furacão
Que passa pela alma das pedras, gritando em vão
Que vê com os olhos dos animais
Que sente a seiva das plantas e acorda com as flores da madrugada
Nas luas de cristal confundindo-as com o calor do sol
Eu...sem mim
"Escrevivendo" Um espaço para escrever poesias, textos em prosa, deixar mensagens, divulgar "escrevivendos da vida" ...
29 de set. de 2008
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PÉROLA DO UNIVERSO
Uma curva desvia o que era destino,
Uma força, um vento, um siroco menino
Um grão perdido no sideral espaço
Cria a pérola solitária do universo.
Um róseo coração saltita pelos ares
Navega em barco a vela pelos mares
Voa inquieto, solitário burbulhando amor
Enfeitando jardins verdes de colorida flor.
Há um sonho que insiste se mostrar amarelo,
O quero azul, verde ou vermelho, mas sincero
Exibindo a nave do cósmico voante que o leva
E me busca e em dreams suaves nos enleva.
Mais um risco de um vento no universo... e um grão se fará pérola...
Uma força, um vento, um siroco menino
Um grão perdido no sideral espaço
Cria a pérola solitária do universo.
Um róseo coração saltita pelos ares
Navega em barco a vela pelos mares
Voa inquieto, solitário burbulhando amor
Enfeitando jardins verdes de colorida flor.
Há um sonho que insiste se mostrar amarelo,
O quero azul, verde ou vermelho, mas sincero
Exibindo a nave do cósmico voante que o leva
E me busca e em dreams suaves nos enleva.
Mais um risco de um vento no universo... e um grão se fará pérola...
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