28 de jul. de 2009

Poetas entre Nuvens

(Para Manoel Fernandes)
te encontro entre nuvens de uma tarde fugaz
num canto solitário do céu...
você decifrava letras de algodão
eu ouvia músicas vindas de roldão

palavras escondidas de nós mesmos
parlavam parlendas repetidas infinitas
nossos olhos não se olharam
ensimesmados nas mesmices dos dias

um acaso no ocaso ria do que sabia
nos falaríamos no mesmo dia
sentaríamos no mesmo banco
comeríamos do mesmo prato, quem diria...

dormiríamos sob o mesmo céu
do sol que viria sorrindo do que já sabia
envoltos em nossas roupas
suávamos em navilouca olhando, ouvindo

tomando café em uma tela numa cela
pensando, escrevendo juntos
o poema que nascia
daquela nuvem naquele dia

lembrando que poetas não sentam à toa em nuvens
mas fazem delas canoas para navegar ao céu
e assim escrever em estrelas que brilham ao sol
enquanto o mundo corre sob o clarão da lua...

fica o poema da nuvem refletida num dia de vôo de quimeras....

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Sonhos são como nuvens valsando flocos de algodão

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Palmas, Paraná, Brazil
Quando o coração começa a viajar cedo na vida, vai se espalhando e esparramando um pedaço da gente em cada canto por onde passamos. Acho que comigo foi algo assim. Minha família sempre ficou com a maior parte, talvez, também, a melhor, mas alguns pedacinhos indiscretos foram se perdendo pelos caminhos. Quando comecei a querer recrutá-los de volta, mandei muita correspondência, escolhi a forma poemas, a forma frases, pensamentos, mas nenhuma resposta imediata. Depois, enviei contos, romance... e usei a internet com suas múltiplas doses de endereços. Comecei a perceber que o que deixei para trás não há como recuperar, mas há sim um jeito de reconstruir esse coração, com novos arranjos, novos pedaços, colhidos aqui e acolá, alguns até parecidos com o meu, e penso que posso torná-lo inteiro novamente. Continuo usando as mesmas formas, porém, com novas fórmulas e novos endereços. Estou gostando das respostas que recebo. Meu coração ainda viaja, mas agora tenho roteiro e carteira de motorista! Prof´Eta (Professora e Poeta).

PÉROLA DO UNIVERSO

Uma curva desvia o que era destino,
Uma força, um vento, um siroco menino
Um grão perdido no sideral espaço
Cria a pérola solitária do universo.

Um róseo coração saltita pelos ares
Navega em barco a vela pelos mares
Voa inquieto, solitário burbulhando amor
Enfeitando jardins verdes de colorida flor.

Há um sonho que insiste se mostrar amarelo,
O quero azul, verde ou vermelho, mas sincero
Exibindo a nave do cósmico voante que o leva
E me busca e em dreams suaves nos enleva.

Mais um risco de um vento no universo... e um grão se fará pérola...

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